terça-feira, 29 de junho de 2010

Não quero torcer pelo Brasil (seleção)

Estamos em época de copa do mundo. Subitamente todos nos tornamos ferrenhos nacionalistas, apoiadores da Pátria Amada, com bandeiras em nossos carros, casas, escritórios, ruas tomadas de enfeites. A começar pelos escolhidos mediante iluminada e criteriosa seleção do - de repente e até agora, - incontestado, comandante Dunga, os quais se manifestam como se estivessem na guerra defendendo a liberdade do povo, a honra e a integridade territorial do país. Verdadeiros guerreiros modernos, que fazem o sacríficio de deixar suas familias para arriscar-se em terra estranha em nome do sofrido povo brasileiro.

O orgulho nacional está de tal forma, e como nunca antes, impregnado, que uma hora antes do início de jogos do seleto grupo, o país pára de ponta a ponta. Nada funciona, todo mundo veste sua camisa amarela (que neste ano todas as empresas mandaram confeccionar) e vão para a frente da TV fazer figa, vibrar, gritar, soprar a vuvuzela, aparato sul-africano de fazer barulho que, certamente, incorporar-se-á definitivamene à lista dos itens indispensáveis a um torcedor profissional.

Nada realidade, esse ufanismo extremo que se vê, o qual tem prazo determinado para extinguir-se, 11/07/2010, e para recomeçar, junho de 2014, é mais um caso de bem-sucedida estratégia de mídia de uma grande rede. É a prova da força que exercem sobre o povo os grupos de comunicação.

Nenhuma empresa parou para ver os brasileiros competindo nos jogos olímpicos, nem no campeonato mundial de natação, de voleibol, de basquetebol e tantos outros.

Em minha vida no mundo dos adultos já tomei conhecimento de umas 6 copas da  Fifa. Nas anteriores ousava dizer aos amigos que torcia contra. Não que fosse de fato contra, pois para mim pouco importava, como pouco importa, ainda, quem ganha a taça, mas para poder discutir, brigar, "fazer enxame", como se diz por essas bandas do Brasil.

Hoje, percebo que preciso pensar bem antes de vestir uma camisa que não seja amarela em dias de jogo. Corro o risco de ser linchado, dado o grau de comprometimento que o povo está com o time de futebol que atua na África do Sul.

Quero ser contra, mas não tenho esse direito. Me sinto constrangido a tomar o mesmo rumo da unanimidade que vê nos "guerreiros" selecionados, nem sempre por questões técnicas, mas por interesses comerciais, relacionamentos pessoais, etc, os últimos defensores da nação. Aqueles responsáveis por colocar o país no rol das grandes potências.

Quero comemorar com o gol da outra nação, mas corro o risco de ser condenado por crime de traição, lesa-pátria ...

Abaixo a tirania verde-amarela. Quero ser livre!

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Uma frase legal

"Now this is not the end. It is not even the beginning of the end. But it is, perhaps, the end of the beginning."  Sir Winston Churchill (1874 - 1965), British Politician, Speech in November 1942.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

É vontade de Deus?

Dias atrás, uma pessoa que passava por momentos muito dificeis, argumentava comigo que tudo era a vontade de Deus, já que, do seu ponto de vista - que é o da maioria de nós evangélicos -, tudo que nos acontece é uma exteriorização da vontade de Deus.

Todavia, estive refletindo que, se tudo é a vontade de Deus, inclusive as coisas ruins e as muito muito ruins, então Deus é um pouco, ou muito, perverso. Tal conclusão não se encaixa no conceito de um Deus amoroso, misericordioso, perdoador, compreensivo com seus filhos.

Inferi, então, que nem tudo que nos acontece é da vontade de Deus. Há coisas que acontecem e são contrárias à sua vontade.

Pesquisando, vi que não estou sozinho nesse pensamento. Alguns respeitáveis e respeitados estudiosos do evangelho chegaram a essa conclusão bem antes de mim.

Uma confirmação disso encontrei em I Tm 2, 3-4, onde o apóstolo nos diz que o desejo de Deus, nosso Senhor, é que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade.

Se considerarmos que nem todos os homens são salvos, estamos dizendo que a vontade (desejo) de Deus não está se realizando. É que está dentro do livre arbitrio do homem adotar comportamentos contrários à vontade de Deus. Nisso também se demonstra a grandeza do Nosso Senhor.

Vejamos Mt 23,37, onde o Senhor Jesus lembra Jerusalém de quantas vezes quis reunir os filhos dela como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, mas Jerusalém não quis. A vontade do Senhor não aconteceu.

Muito dos males que nos ocorrem, longe de ser a vontade de Deus, não é mais do que consequência de nossas próprias escolhas, outras coisas não.