sábado, 12 de setembro de 2009

Turismo sexual no Ceará

É visível o crescimento dos investimentos estrangeiros no Nordeste, e no Ceará especialmente. O ingresso dessa gama de recursos investidos em hotéis, resorts, condomínios, etc, tem gerado, e tende a gerar, muitos empregos e representa dinheiro novo injetado na economia local.

Mas é preciso que continuemos atentos ao outro lado da moeda: o custo social.

Os estrangeiros constroem aqui seus hotéis e vendem seus pacotes turísticos, na Europa associando nossa imagem a sol, dunas, mulheres seminuas. Outros compram apartamentos para virem com os amigos em férias, fazer “festinhas”.
O apelo sexual é evidente. O problema já foi tantas vezes discutido que já nem é mais visto como problema, mas sim como algo quase normal que acontece debaixo dos nossos narizes, nos nossos principais pontos turísticos.
Raramente chegam aviões fretados trazendo casais em lua de mel, famílias com pai, mãe e filhos, casais de aposentados.

Percebe-se, e é isto que torna a questão mais grave, que, dentre os estrangeiros que compram os pacotes turísticos vendidos lá fora(a grande maioria homens desacompanhados), muitos são portadores de distúrbios sexuais que os fazem vir em busca não apenas do turismo sexual em si, mas do sexo com menores. E quem está protegendo nossas crianças?
Embevecidos pelo punhado de euros despejados aqui para comprar apartamentos, terrenos, restaurantes, hotéis, nossa frágil sociedade fecha os olhos e vende o que resta de nossa dignidade.
É preciso que nossos governantes exijam uma contrapartida social desses megainvestidores estrangeiros. Não devemos apenas oferecer-lhes infra-estrutura, isenção de impostos, terrenos, financiamentos, etc. Devemos exigir deles o compromisso sério de não incentivar, permitir, facilitar ou mesmo tolerar a exploração sexual, mormente de crianças; de contribuir com o desenvolvimento sócio-econômico do seu entorno, ajudando na qualificação da mão-de-obra e empregando os moradores, de modo a permitir a melhor distribuição de renda; de contribuir no combater aos pedófilos de além-mar, direcionando sua política de atração de hóspedes mais às famílias.
E preciso, também, estabelecer penas duras aos estabelecimentos onde a exploração sexual de crianças esteja acontecendo, tal como a cassação do alvará de funcionamento, não importando o tamanho ou a quem pertença.
Fortaleza, CE, novembro 2004

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